Em meio à polêmica da votação do piso dos agentes de saúde, Bruno Reis tem conversa de “pé de ouvido” com Geraldo Júnior


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Fernanda Chagas 

Engana-se quem pensou que o Desfile Cívico de Sete de Setembro foi retomado, dois anos pós-pandemia, em clima de total tranquilidade. Imagem chegada ao FernandaChagasnaRede com exclusividade revela que, em meio à toda polêmica envolvendo à Câmara de Salvador e o Palácio Thomé de Souza, por conta da aprovação e aumento do piso salarial dos agentes comunitários de saúde e de endemias de Salvador, mostra que o prefeito Bruno Reis (União Brasil), não é dos políticos que “morde e assopra”, ao contrário. 

Em encontro, com o presidente da Casa do povo, em conversa de “pé de ouvido”, e pelo seu semblante de nada satisfeito, deixou claro que o recado foi dado, a quem tem saído da Câmara nos braços dos agentes de saúde e, conforme os próprios vereadores da base tem propagado, “rasgado o regimento do Parlamento, de forma que o projeto passe, “com interesses eleitoreiros”.  Ele é candidato a vice-governador pela chapa petista, liderada por Jerônimo Rodrigues (PT). 

Dizem as más línguas que o presidente até teria tentado argumentar, mas não teria tido chance pelo incontentamento, para não dizer "cara de poucos amigos” do gestor para com o ex-aliado. 

ENTENDA O CASO

A emenda constitucional aprovada em maio desse ano prevê um piso nacional de dois salários mínimos para a categoria. Segundo o sindicato, um agente de saúde recebe cerca de R$ 867, além das gratificações e o salário estaria congelado desde 2014. Já a Secretaria Municipal de Gestão informou que a remuneração gira em torno de R$ 1.900, mais o auxílio alimentação e o transporte.

O projeto de lei municipal inicial que previa o pagamento do piso e das gratificações foi votado pela primeira vez no dia 19 de julho. Foi aprovado e enviado ao prefeito que  o devolveu dois dias depois vetando o artigo que falava sobre a categoria. A Associação dos Agentes de Saúde do Estado da Bahia quer o pagamento do piso, manutenção das gratificações em 120% do salário base e ainda o pagamento de 5,5% a cada nível alcançado por tempo de serviço.

Contudo, no dia 9 de agosto, a Câmara votou o projeto com a alteração e derrubou o veto do prefeito. O resultado da votação provocou enorme confusão entre os vereadores, com direito a ânimos exaltados entre o líder do Governo, Paulo Magalhães Júnior (União Brasil), que discordou do processo, contra o próprio Geraldo Júnior, que encerrou em seguida a sessão justificando estar tudo de acordo com a legislação.

Com a queda do veto, a lei municipal voltava a ter o artigo terceiro que prevê um vencimento inicial de dois salários mínimos para os agentes de saúde e garante as atuais vantagens e gratificações. De lá para cá, outras sessões vieram e com elas novas divergências e as rusgas só aumentaram, o que foi comprovado ontem.  O blog tentou contato com o presidente da Câmara, sem sucesso.  

O fato é que o prefeito, em conversa com a imprensa, por diversas vezes, argumenta que seu orçamento não resiste a esse aumento. “O aumento proposto pela Câmara de Vereadores foi de 242%, o que gera impacto de R$ 310 milhões nas contas da prefeitura. Eu não vou fechar UPA para pagar servidores. Eu não vou fechar hospital municipal, eu não vou deixar de coletar o lixo das pessoas, deixar de pagar o que estou pagando no transporte coletivo para que as pessoas deixem de rodar", declarou, arrematando que já entrou com uma ação na Justiça que cobra que a União repasse os valores para pagar os 3.437 agentes cidade e que espera diálogo com a categoria.

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